sexta-feira, 19 de abril de 2013

UM POUCO MAIS SOBRE AS BARATAS...


A espécie Periplaneta americana é conhecida popularmente como “barata de esgoto”, “barata vermelha”, “barata americana” ou “barata voadora”. É muito comum no Brasil, nos estados do sul dos Estados Unidos e em regiões com climas tropicais. Por conta disso é considerada uma espécie cosmopolita, isto é, pode ser encontrada em qualquer tipo de habitat. Esses insetos foram também observados no nordeste dos Estados Unidos (Nova York) e no sul do Canadá, em Montreal, onde são encontrados mais próximos de habitações humanas por não tolerarem temperaturas baixas. São consideradas pragas urbanas. Por conta desta classificação, quando não existe nenhum combate efetivo sobre a causa primária da infestação de uma praga, com o passar do tempo nota-se uma perpetuação e o agravamento do problema para sociedade e para o meio ambiente.


Em relação à alimentação, é classificada como animal onívoro, ou seja, obtêm seu alimento das fontes animal e vegetal. São consideradas espécies sinantrópicas, por viverem perto de habitações humanas, utilizando-se dos restos de alimentos do homem para sua própria alimentação.

Quarenta espécies de todas as existentes (cerca de quatro mil espécies de baratas viventes) são consideradas sinantrópicas e cinco dessas (Blatella germanica - barata alemã, Supella longipalpa - Barata de faixa marrom, Periplaneta americana - barata americana, Periplaneta australasiae - barata australiana, e Blatta orientalis - barata oriental) são praticamente onipresentes nas habitações humanas em diversas regiões do mundo.

Essa presença constante é preocupante, tendo em vista a grande capacidade de proliferação devido ao alto potencial reprodutivo, e a veiculação de microrganismos patogênicos (organismos causadores de doenças), que determina sua importância na saúde pública. Esses agentes ficam aderidos ao corpo do inseto, principalmente nas cerdas das pernas, sendo mecanicamente transportados de uma área contaminada para uma área sem contaminação (área limpa). Essa função de transporte de agentes patogênicos classifica as baratas como vetores mecânicos.

Muitos são os insetos que podem atuar como vetores de enfermidades parasitárias, dentre eles: baratas, moscas e pernilongos. Esses vetores podem ser classificados como biológicos ou mecânicos. No caso de vetores biológicos, o patógeno se multiplica e/ou se desenvolve no vetor, que também lhe serve de transporte. Já em organismos que são vetores mecânicos, o animal apenas tem a função de transporte, como é o caso das baratas.


Além disso, a barata pode atuar como:

1. Reservatório de patógenos: pode abrigar um hospedeiro definitivo (onde o parasita se desenvolve a maior parte da sua vida);

2. Agente infeccioso.

Na espécie Periplaneta americana, em relação às condições de vetor e/ou reservatório de agentes patogênicos, estudos já identificaram várias espécies de vírus, bactérias, fungos, protozoários e pelo menos 12 espécies de helmintos que são carregados por essa espécie. Os helmintos representam um grupo importante de organismos patogênicos transmitidos pelos blatódeos aos vertebrados, sendo superados apenas pelas bactérias.

Em alguns casos as baratas são também responsáveis pela exacerbação de processos alérgicos e de asma, devido a algumas substâncias provenientes de suas fezes, saliva e exoesqueleto, que ficam suspensos no ar.

A barata de esgoto é muito comum no Brasil. Seu ciclo de vida varia de 180 a 195 dias, sendo que uma fêmea ovipõe, durante sua vida em média 225 ovos, dispostos em várias ootecas (agrupamento de ovos depositados em um invólucro rígido, feito pelo próprio inseto, para proteção da prole). Essas ootecas são depositadas próximas a uma fonte de alimento, em locais protegidos, aumentando a chance de sobrevivência das ninfas. As fêmeas também podem depositar essas ootecas em superfícies, utilizando secreções de sua peça bucal. A eclosão desses ovos ocorre em aproximadamente 55 dias, dependendo de alguns fatores ambientais como: condições de temperatura, umidade, disponibilidade de alimentos, entre outros.

A temperatura é um dos principais fatores ecológicos que interage com esses insetos. Este fator interfere diretamente o desenvolvimento e o comportamento desses animais e indiretamente sua alimentação. A temperatura atua sobre a quantidade de alimento que será consumido, na reprodução, fecundidade, fisiologia, etologia (comportamento animal) e longevidade dos insetos.

As ninfas das baratas que emergem da ooteca podem sofrer até treze ecdises antes de atingirem a maturidade sexual. A ecdise trata-se de um processo, controlado por hormônio, de mudança do exoesqueleto, e depende das condições ambientais, principalmente do teor protéico em sua dieta. As ninfas vivem em grandes grupos e ficam misturadas com os adultos, procuram lugares úmidos e escuros como locais de proteção.

1. Barata Cascuda ou Barata Grande dos Armazéns (Leucophaea maderae ou Rhyparobia maderae)

2. Barata Vermelha (Periplaneta americana)
   
3. Barata Australiana (Periplaneta australasiae)

4. Baratinha, Barata doméstica ou Barata Alemã (Blattella geramanica)
    

Um comentário: