quarta-feira, 24 de abril de 2013

JOTA JOTA DEDETIZADORA - PERTO DE VOCÊ!!!

PARA CONTROLE DE PRAGAS E LIMPEZA DE CAIXAS D´ ÁGUA, CHAME:

JOTA JOTA DEDETIZADORA
Rua Professor Joaquim de M Barreto, 188 - São Lourenço
Curitiba - PR, 82200-210
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sexta-feira, 19 de abril de 2013

UM POUCO MAIS SOBRE AS BARATAS...


A espécie Periplaneta americana é conhecida popularmente como “barata de esgoto”, “barata vermelha”, “barata americana” ou “barata voadora”. É muito comum no Brasil, nos estados do sul dos Estados Unidos e em regiões com climas tropicais. Por conta disso é considerada uma espécie cosmopolita, isto é, pode ser encontrada em qualquer tipo de habitat. Esses insetos foram também observados no nordeste dos Estados Unidos (Nova York) e no sul do Canadá, em Montreal, onde são encontrados mais próximos de habitações humanas por não tolerarem temperaturas baixas. São consideradas pragas urbanas. Por conta desta classificação, quando não existe nenhum combate efetivo sobre a causa primária da infestação de uma praga, com o passar do tempo nota-se uma perpetuação e o agravamento do problema para sociedade e para o meio ambiente.


Em relação à alimentação, é classificada como animal onívoro, ou seja, obtêm seu alimento das fontes animal e vegetal. São consideradas espécies sinantrópicas, por viverem perto de habitações humanas, utilizando-se dos restos de alimentos do homem para sua própria alimentação.

Quarenta espécies de todas as existentes (cerca de quatro mil espécies de baratas viventes) são consideradas sinantrópicas e cinco dessas (Blatella germanica - barata alemã, Supella longipalpa - Barata de faixa marrom, Periplaneta americana - barata americana, Periplaneta australasiae - barata australiana, e Blatta orientalis - barata oriental) são praticamente onipresentes nas habitações humanas em diversas regiões do mundo.

Essa presença constante é preocupante, tendo em vista a grande capacidade de proliferação devido ao alto potencial reprodutivo, e a veiculação de microrganismos patogênicos (organismos causadores de doenças), que determina sua importância na saúde pública. Esses agentes ficam aderidos ao corpo do inseto, principalmente nas cerdas das pernas, sendo mecanicamente transportados de uma área contaminada para uma área sem contaminação (área limpa). Essa função de transporte de agentes patogênicos classifica as baratas como vetores mecânicos.

Muitos são os insetos que podem atuar como vetores de enfermidades parasitárias, dentre eles: baratas, moscas e pernilongos. Esses vetores podem ser classificados como biológicos ou mecânicos. No caso de vetores biológicos, o patógeno se multiplica e/ou se desenvolve no vetor, que também lhe serve de transporte. Já em organismos que são vetores mecânicos, o animal apenas tem a função de transporte, como é o caso das baratas.


Além disso, a barata pode atuar como:

1. Reservatório de patógenos: pode abrigar um hospedeiro definitivo (onde o parasita se desenvolve a maior parte da sua vida);

2. Agente infeccioso.

Na espécie Periplaneta americana, em relação às condições de vetor e/ou reservatório de agentes patogênicos, estudos já identificaram várias espécies de vírus, bactérias, fungos, protozoários e pelo menos 12 espécies de helmintos que são carregados por essa espécie. Os helmintos representam um grupo importante de organismos patogênicos transmitidos pelos blatódeos aos vertebrados, sendo superados apenas pelas bactérias.

Em alguns casos as baratas são também responsáveis pela exacerbação de processos alérgicos e de asma, devido a algumas substâncias provenientes de suas fezes, saliva e exoesqueleto, que ficam suspensos no ar.

A barata de esgoto é muito comum no Brasil. Seu ciclo de vida varia de 180 a 195 dias, sendo que uma fêmea ovipõe, durante sua vida em média 225 ovos, dispostos em várias ootecas (agrupamento de ovos depositados em um invólucro rígido, feito pelo próprio inseto, para proteção da prole). Essas ootecas são depositadas próximas a uma fonte de alimento, em locais protegidos, aumentando a chance de sobrevivência das ninfas. As fêmeas também podem depositar essas ootecas em superfícies, utilizando secreções de sua peça bucal. A eclosão desses ovos ocorre em aproximadamente 55 dias, dependendo de alguns fatores ambientais como: condições de temperatura, umidade, disponibilidade de alimentos, entre outros.

A temperatura é um dos principais fatores ecológicos que interage com esses insetos. Este fator interfere diretamente o desenvolvimento e o comportamento desses animais e indiretamente sua alimentação. A temperatura atua sobre a quantidade de alimento que será consumido, na reprodução, fecundidade, fisiologia, etologia (comportamento animal) e longevidade dos insetos.

As ninfas das baratas que emergem da ooteca podem sofrer até treze ecdises antes de atingirem a maturidade sexual. A ecdise trata-se de um processo, controlado por hormônio, de mudança do exoesqueleto, e depende das condições ambientais, principalmente do teor protéico em sua dieta. As ninfas vivem em grandes grupos e ficam misturadas com os adultos, procuram lugares úmidos e escuros como locais de proteção.

1. Barata Cascuda ou Barata Grande dos Armazéns (Leucophaea maderae ou Rhyparobia maderae)

2. Barata Vermelha (Periplaneta americana)
   
3. Barata Australiana (Periplaneta australasiae)

4. Baratinha, Barata doméstica ou Barata Alemã (Blattella geramanica)
    

segunda-feira, 15 de abril de 2013

CARRAPATOS - SAIBA MAIS SOBRE ELES...


Carrapatos são pequenos aracnídeos parasitas que necessitam de sangue para sobreviver e reproduzir.

Os registros fósseis sugerem sua existência há pelo menos 90 milhões de anos e há mais de 800 tipos de carrapatos no mundo.

Eles não voam, não pulam (como as pulgas) e sim vão andando e se agarram no hospedeiro. Carrapatos possuem uma relação mais próxima com as aranhas e ácaros do que com insetos como pulgas. Eles podem atacar uma variedade grande de anfitriões, como cães, pássaros, gatos e humanos.


Geralmente atacam no início da primavera até o fim do verão. Podem ser encontrados em todos os cantos, desde áreas urbanas à parques e se proliferam rapidamente em um ambiente.

A maioria dos carrapatos não transmite doenças. Há, porém, uma variedade de doenças transmitidas por carrapatos e seus sintomas variam de acordo com o microbio (patogênese), assim como o tratamento.

Apenas duas famílias de carrapatos, Ixodidae (carrapatos duros) e Argasidae (carrapatos moles), são conhecidas por transmitir doenças aos seres humanos. Carrapatos duros possuem escudos ou placa dura em suas costas, enquanto carrapatos moles não.

Apesar das pessoas não poderem pegar essas doenças diretamente dos cães, carrapatos infectados podem morder os humanos e transmitir diretamente para o homem. Se o seu cão está exposto, você e sua família também estão.

Carrapatos possuem um ciclo de vida complexo que inclui ovos, larvas, ninfas e adultos machos e fêmeas. A larva, as ninfas e os adultos precisam de sangue. Geralmente , a fêmea adulta (carrapato duro) é que mais causa mordidas, já que  é comum que os machos morram após a copulação.

Apesar de que se não se alimentarem os carrapatos irão morrer eventualmente, muitas espécies podem sobreviver um ano ou mais sem uma refeição. Os carrapatos duros tendem a se alimentar por horas ou dias. A transmissão geralmente ocorre no final da refeição quando o carrapato está cheio de sangue. Carrapatos moles geralmente se alimentam por menos de uma hora. A transmissão de doenças nos carrapatos moles pode acontecer em menos de um minuto. A mordida de alguns dos carrapatos moles produz uma reação intensamente dolorosa.

Ciclo de vida do carrapato

Ovos: Podem ser milhares e, em duas semanas, estão prontos para dar origem às larvas.

Larva: Após eclodir do ovo, a larva procura imediatamente por sangue. Uma vez alimentada, volta ao solo e muda para a fase evolutiva seguinte.

Ninfa: Depois de mudar para ninfa, o carrapato procura por mais sangue. Uma vez alimentado, cai no solo e muda novamente, agora para a fase adulta.

Adulto: Já adulto, o carrapato procura por sangue outra vez. Quando estão cheias de sangue, as fêmeas se desprendem do hospedeiro para realizar a oviposição no ambiente.


Doenças de carrapatos:

Babesiose: Causa uma severa anemia que pode danificar o fígado, os rins e o baço, sendo o primeiro sintoma uma febre de mais de 41 º C. A urina fica escura por causa da presença de sangue.  Algumas vezes, a doença causa sintomas neurológicos, como ranger de dentes ou comportamento trôpego, e os cachorros morrem em quatro dias. Para tratar a babesiose, usam-se drogas antiprotozoárias. No Brasil, a maior incidência de casos de Babesiose se dá no nordeste, sendo menos comum nos estados do Sul e do Sudeste.

Erliquiose: Produz uma ampla variedade de sintomas, desde sangramento nasal, febre de até 40,5º C até a supressão do sistema imunológico. A opção para tratamento são antibióticos, como tetraciclina.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

DENGUE - VAMOS EVITAR ESTA PRAGA!



A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue.

As condições socioambientais favoráveis à expansão do Aedes aegypti possibilitaram a dispersão do vetor desde a sua reintrodução, em 1976, e o avanço da dengue. Essa reintrodução não conseguiu ser controlada com os métodos tradicionalmente empregados no combate às doenças transmitidas por vetores em nosso país e no continente.

Programas essencialmente centrados no combate químico, com baixíssima ou mesmo nenhuma participação da comunidade, sem integração entre setores e com pequena utilização do instrumental epidemiológico mostraram-se incapazes de conter um vetor com altíssima capacidade de adaptação ao novo ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos.

Mosquito Aedes aegypti
O vírus causador da dengue possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo, mas imunidade parcial e temporária contra os outros três.

 A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. A transmissão se dá pelo mosquito que, após um período de 10 a 14 dias contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida. O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias.

Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos. O mosquito Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois não dói e nem coça no momento.
A fêmea do Aedes aegypti voa até mil metros de distância de seus ovos. Com isso, os pesquisadores descobriram que a capacidade do mosquito é maior do que os especialistas acreditavam. Até então, eles sabiam que essa espécie só se distanciava cem metros.

Dengue Clássica

 Febre alta com início súbito.
 Forte dor de cabeça.
 Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos.
 Perda do paladar e apetite.
 Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores.
 Náuseas e vômitos·
 Tonturas.
 Extremo cansaço.
 Moleza e dor no corpo.
 Muitas dores nos ossos e articulações.

 Dengue hemorrágica

Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:

 Dores abdominais fortes e contínuas.
 Vômitos persistentes.
 Pele pálida, fria e úmida.
 Sangramento pelo nariz, boca e gengivas.
 Manchas vermelhas na pele.
 Sonolência, agitação e confusão mental.
 Sede excessiva e boca seca.
 Pulso rápido e fraco.
 Dificuldade respiratória.
 Perda de consciência.

 Algumas dicas para evitar a proliferação:



terça-feira, 2 de abril de 2013

ENTENDA UM POUCO MAIS SOBRE PRAGAS URBANAS!


Eles são pequenos em tamanho, mas têm potencial para tirar qualquer marmanjo do sério. Atire a primeira pedra quem nunca se perguntou para que servem pernilongos, baratas, formigas e cupins, se não para infernizar a vida de todos. Poucas coisas são mais irritantes do que um pernilongo zumbindo no ouvido durante a madrugada. Ou mais frustrantes do que tentar acabar com o passeio das formigas pela pia da cozinha ou o berço do bebê. Para quem imagina que o problema está só em sua casa ou seu bairro, um consolo: eles estão por toda parte e cada vez mais presentes nos centros urbanos. Agora a má notícia: é mais fácil os seres humanos sucumbirem do que os insetos sumirem do mapa.


A culpa é da própria biologia e da facilidade de adaptação desses animais, que estão no planeta há milhões de anos. O fóssil mais antigo de barata tem quase 350 milhões de anos. Não é exagero dizer que as baratas serão uma das poucas espécies a sobreviver a uma bomba atômica. Elas resistem até um mês sem comida, uma semana sem água e 40 minutos sem respirar. Seus ovos são imunes a todo tipo de produto químico. “É a consequência natural da civilização. Pernilongos seguem o ser humano desde o início dos tempos porque precisam de sangue para sobreviver. E o estilo de vida de hoje propicia o aumento e a manutenção desses insetos”, diz Anthony Érico Guimarães, entomólogo da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro. As formigas e os cupins são espécies que vivem em colônias e possuem estruturas sociais muito bem definidas. Constroem ninhos em locais seguros e se espalham rapidamente, o que dificulta seu controle.

Mosquitos: eles surgiram com os mamíferos, sua fonte de alimento. No Brasil, há mais de 1,5 mil espécies. As mais comuns nas cidades são o pernilongo (Culex),
de hábitos noturnos, e o transmissor da dengue (Aedes aegypti), com hábitos diurnos. A fêmea do pernilongo, que desfere as picadas, necessita de uma proteína do sangue humano para a maturação de seus ovos. As fêmeas vivem cerca de 30 dias e botam até quatro mil ovos, dos quais menos da metade vira novos mosquitos.
Se esses animais estão aqui há tanto tempo, devem ter algum valor científico, ao menos para os biólogos. “As baratas são excelentes decompositoras de matéria orgânica”, afirma Marcos Potenza, do Instituto Biológico de São Paulo. “As formigas são melhores do que as minhocas no preparo do solo. Elas cavoucam a terra e ajudam na passagem de água e nutrientes para as plantas”, diz Ana Eugênia de Campos Farinha, também do Biológico. Difícil se convencer das qualidades de uma barata, mas é melhor isso do que amaldiçoar a espécie toda vez que se deparar com um exemplar no meio da noite, parada na cortina do quarto. De uma maneira ou de outra, contribuímos para a proliferação dessas pragas. Com o crescimento dos centros urbanos ocorre a degradação do meio ambiente e uma alteração significativa nas espécies animais. “Na natureza, quem faz o controle ecológico são os predadores. Nas cidades, não há quantidade suficiente de passarinhos e aranhas para se alimentarem dos insetos e dessa forma manter o equilíbrio natural”, diz João Justi Júnior, outro pesquisador do Instituto Biológico de São Paulo.

A expansão habitacional obriga os insetos a mudar de hábitos para sobreviver. Uma colônia de cupins que vivia numa árvore terá que procurar outro abrigo, caso sua moradia seja derrubada.

Baratas: Habitam o planeta há mais de 300 milhões de anos e têm a maior capacidade de adaptação do reino animal. Há quatro mil espécies no mundo. No Brasil, são mais de 600. As mais comuns nas cidades são a barata de esgoto (Periplaneta americana), que vive até dois anos e tem até 800 filhotes, e a barata de cozinha (Blattella germanica), que vive um ano e gera 20 mil filhotes. Ambas têm hábitos noturnos e se concentram em locais de pouca atividade (gabinetes de cozinha, lavanderia, garagens e depósitos). São ágeis graças à articulação das pernas: as dianteiras são para agarrar, as do meio para levantar o
corpo e as de trás para dar impulso. Algumas espécies (como a de esgoto) têm atração por bebidas alcoólicas, principalmente a cerveja.         


Assim se explica a infestação de insetos em condomínios construídos nos arredores das grandes metrópoles, onde os cupins devoram as estruturas e os móveis de madeira de casas novíssimas. Em intensidade diferente, os insetos causam problemas em quase todos os cantos do País. “É uma questão de sobrevivência. Os humanos invadem o ecossistema e os cupins são obrigados a se adaptar e procurar alimentos em outro lugar. E encontram madeira dentro das casas”, diz o biólogo Potenza. Sem contar que, quanto mais habitantes, maior é a quantidade de recipientes vazios, vasos, pneus velhos, caixas-d’água e lixo. Todos ótimos criadouros para pernilongos, baratas e formigas. “Ao contrário dos borrachudos, que procriam em águas limpas e servem como indicativo de boa qualidade ambiental, os pernilongos e os mosquitos, de maneira geral, precisam de um mínimo de água suja e parada para depositarem suas larvas”, diz Justi. Por isso as campanhas contra a dengue sugerem que se evite deixar água no prato dos vasos de plantas. “A dengue é transmitida por um mosquito ligado aos hábitos humanos. A cada ano, cerca de 50 milhões de pessoas são infectadas no mundo e o Brasil contribui bastante para esse número”, afirma Guimarães, da Fiocruz.

As reclamações recebidas pela Associação Paulista dos Controladores de Pragas Urbanas (Aprag) sobre invasões de pernilongos, baratas, cupins, pulgas e formigas é grande. “Nos últimos três anos, percebemos um aumento na população de insetos, principalmente entre as formigas.

Formigas: o fóssil mais antigo de formiga tem 80 milhões de anos. No Brasil, são cerca de 30 espécies adaptadas aos humanos. As formigas domésticas mais comuns são a fantasma (Tapinoma melanocephalum), a louca (Paratrechina longicornis), a carpinteira (Camponotus spp), a lava-pés (Solenopsis), a cabeçuda (Pheidole) e a acrobata (Crematogaster). A lava-pés é encontrada em parques e jardins; as outras vivem em ambientes fechados. As formigas são vetores de fungos e bactérias, o que pode contaminar alimentos e causar doenças.
O clima cada vez mais quente, com invernos menos rigorosos, piora o quadro”, diz o biólogo Sérgio Bacalini, diretor-executivo da Aprag. No calor, o ciclo biológico dos insetos é mais acelerado. Eles se reproduzem mais vezes porque o calor ajuda os ovos a eclodirem antes. Entre as formigas, a situação é mais complexa. Aquelas que passeiam pela casa em busca de alimento, as chamadas operárias, representam no máximo 10% da colônia de formigas. E se percebem algum perigo, elas se separam e criam outros formigueiros, parte deles interligada por túneis subterrâneos. Essa é a razão pela qual os especialistas desaconselham borrifar inseticida sobre a fileira de formigas, pois os insetos sentem o cheiro de produtos químicos a distância. “O ideal é usar iscas tóxicas, com baixa concentração de veneno. Nem sempre os remédios funcionam para todas as espécies, e por isso se recomenda procurar ajuda de um profissional”, explica Ana Eugênia. As operárias levam a isca tóxica para dentro do formigueiro, alimentam as larvas e as rainhas. Se uma delas morrer no percurso, o processo inteiro estará comprometido.

Cupins: existem cerca de três mil espécies no mundo. No Brasil são 500. Nas metrópoles, duas espécies causam maior prejuízo: o cupim de madeira seca (Cryptotermes brevis) e o subterrâneo ou de concreto (Coptotermes havilandi). Eles vivem em colônias e se alimentam de madeira e celulose. Os cupins são mais visíveis na primavera, quando ocorre a revoada dos siriris, futuros reis e rainhas, que são atraídos pela luz dos postes e residências. Os cupins de madeira seca são devoradores de móveis e o barulho que se ouve é resultado da ação de suas mandíbulas.      
  
Formigas de DVD – Algumas espécies, como a lava-pés, picam, outras mordem e outras liberam uma espécie de ácido que causa alergia na pele. É o caso da carpinteira, comum dentro de casa e com fascínio por equipamentos eletrônicos. “Esse ambiente é propício para essas formigas: é quente, protegido e aconchegante. Elas se alimentam do que há dentro dos equipamentos”, diz Ana Eugênia. Não raro, os aparelhos são destruídos. Ao passar pelos circuitos internos, as formigas levam choques que estimulam a liberação de um ácido que corrói os circuitos. Com as pulgas ocorre algo parecido. Não adianta colocar remédios nos animais domésticos para exterminá-las. É preciso tratar todo o ambiente. Isso porque, na falta do hospedeiro natural, no caso cães e gatos, as pulgas atacam os humanos.
Essa mesma mudança de comportamento transformou em pragas urbanas outras espécies nativas, uma tendência que os especialistas garantem que vai aumentar. O caso de maior evidência é o dos carrapatos, que, assim como pulgas e pernilongos fêmeas, se alimentam do sangue.

Comuns no campo, eles são levados para as cidades a bordo do corpo de cachorros e gatos que visitam o sítio ou a fazenda nos finais de semana. “Os animais domésticos viajam para o campo e voltam para casa infestados de carrapatos”, diz o biólogo Marcos Potenza. O tipo que preocupa os médicos é conhecido como carrapato estrela, é encontrado em cavalos, bois, vacas e capivaras e pode infectar humanos. Quando está na fase de larva, ele provoca coceiras na pele. Ao virar adulto, o carrapato pode transmitir uma doença chamada febre maculosa. “Por ser um problema recente nas cidades, muitos médicos não identificam a doença de imediato, mesmo porque os sintomas são parecidos com os de uma gripe forte, meningite ou leptospirose”, diz Potenza.
  
Carrapatos: pertencem ao grupo dos ácaros e estão se tornando uma praga. Os tipos mais comuns são o carrapato estrela (Amblyomma cajenense), carrapato vermelho (Rhipicephalus sanguineus) e o Amblyomma cooperi, exclusivo das capivaras. Com o aumento da população desses mamíferos, é cada vez mais frequente o aparecimento de carrapatos em parques públicos, matas ciliares, rios e lagos. O estrela está chegando às cidades, trazido por animais domésticos. O carrapato de cachorro costuma se abrigar em frestas nas paredes, cortinas e tapetes.
Além dos insetos, viagens ao campo podem facilitar a migração de outros bichos para as grandes cidades. É o caso das aranhas, que transitam dentro de sapatos e malas. Comuns na Amazônia e no Sudeste do País, a mais perigosa delas é a armadeira, que é venenosa e pode saltar até 40 cm em direção à vítima. Os ataques são mais comuns nos meses de março e abril, o período de acasalamento. Elas possuem hábitos noturnos e durante o dia permanecem escondidas sob troncos de árvores, bromélias e em locais escuros, como sapatos e atrás de móveis e cortinas. As armadeiras não vivem em teias e atingem 15 cm quando estão com as pernas em posição de ataque. Outra espécie venenosa de importância médica é a aranha-marrom, que vive em teias irregulares, comprovando a tese de que quanto mais feia for uma teia, mais venenosa será a aranha. Elas são pequenas, no máximo três centímetros, têm hábitos noturnos e preferem clima frio. São encontradas sob raízes de árvores e folhas caídas, ou ainda entre móveis, telhas e tijolos. Elas não atacam. Picam apenas quando são pressionadas contra o corpo da vítima.

O tratamento e o combate às pragas urbanas requer paciência, manejo integrado e, acima de tudo, bom senso. “Formigas numa UTI de hospital podem trazer riscos à saúde, mas dentro de casa, nem sempre. Além disso, onde há formigas não há baratas. Elas se alimentam dos ninhos de baratas”, afirma Carlos Roberto Brandão, diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP). Os especialistas aconselham medidas básicas: manter o ambiente limpo, sem restos de comida; consertar vazamentos; rejuntar azulejos; não acumular papéis e caixas de papelão; e, principalmente, redobrar o cuidado ao levar vasos e caixas para casa, que são ótimos ninhos.

Convivência – Outra recomendação é não enterrar madeiras e restos de materiais de construção, os alimentos preferidos dos cupins. “Muitos aspectos da arquitetura moderna contribuem para o sucesso do cupim subterrâneo. Enterrar restos de celulose resultantes de obras é fornecer alimento extra a eles”, assegura Ana Maria Costa Leonardo, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de São Carlos. Já que a convivência com animais é inevitável, é bom garantir que, ao menos, ela se dê em harmonia. “Temos a falsa impressão de que não podemos conviver com bichos. Não podemos esquecer que somos parte da natureza”, diz Brandão. Bom que os insetos saibam disso, antes que eles descubram um jeito de nos exterminar.